quinta-feira, 30 de agosto de 2012

TERRA VIVA - Feira Virtual de Alimentos Saudáveis - Em Belo Horizonte - Ofertas para o dia 04 de Setembro.



Hortaliças fresquinhas, pães, temperos, chazinho, mel... É mais uma feira virtual da Rede Terra Viva!
Feira Virtual de Alimentos Saudáveis é uma forma simples de conectar os consumidores aos produtores via internet. Veja as ofertas da semana, marque a quantidade de produtos que deseja e envie a planilha com seu pedido para o e-mail: 
Teremos a alegria de organizar sua cesta de alimentos sem agrotóxicos, oriundos da agricultura familiar e urbana. Tudo isso por meio da economia solidária.
Os produtores recebem telefonemas e nos informam o que há disponível em suas hortas, pomares e cozinhas. Os colaboradores organizam a planilha de ofertas (anexada). Você, consumidor, precisa apenas preencher a planilha e receber os produtos na sua casa (moto-entrega à parte). Você tem também a opção de buscar sua cesta no Espaço Santê, localizado na Rua Mármore, 258, Santa Tereza

Próximas entregas: dia 4 de setembro, terça-feira, à partir das 14h.
Os pedidos devem ser enviados até às 9h do dia 3 de setembro, segunda-feira.


Desde já agradecemos sua participação.
Forte Abraço,
Núcleo de Colaboradores

Você sabe de onde vêm seus alimentos? Sobre a feira ecológica de Porto Alegre. Na praça desde 1989

"Todos os sábados, junto aos primeiros feixes de luz do vagaroso Sol, chegam à Avenida José Bonifácio dezenas de gentes de mãos sujas. São de uma cor e de um cheiro de terra que vêm de diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Elas puxam cordas, esticam lonas, montam estacas de ferro ou madeira e empilham caixas coloridas. Aqui, uma vez por semana, encontram-se com outras mãos, sem calos e fedendo a sabonete, trazendo o alimento mais limpo no qual já puderam tocar.

‎ Há 22 anos, a Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) de Porto Alegre preenche o canteiro central na pequena rua em frente ao Parque Farroupilha. Na famosa Rua do Brique, Rua do Colégio Militar, Rua da Redenção, as manhãs de sábado recebem desconhecidas beldroegas, ora-pró-nóbis, kinos, juçaras, araçás e tantas outras. Além de milhares de outros alimentos distribuídos em 41 bancas permanentes e oriundos de uma produção livre de agrotóxicos e insumos químicos. ... Porto Alegre, em 16 de outubro de 1989, foi a primeira cidade brasileira a realizar uma feira ecológica após o boom da Revolução Verde nos anos 1970. A iniciativa foi da Cooperativa Coolmeia, marcando o Dia Mundial da Alimentação. 

José Lutzenberger, Sebastião Pinheiro, Jacques Saldanha, Nélson Diehl, Glaci Campos Alves e outros nomes estão entre os fundadores da Feira. Hoje, 149 famílias divulgam sua prática agroecológica e, mais do que isso, o trabalho coletivo da Associação dos Agricultores Ecologistas Solidários do RS, temas tão caros ao pensamento acerca da biodiversidade. A variedade dos alimentos oferecidos para os frequentadores da Feira supreende: quantas vezes pensamos nas outras possibilidades de arroz para além do branco e do integral? O agricultor da Associação Biodinâmica do Sul, Juarez Felipi Pereira, 55 anos, assusta. O "Seu Juarez dos arrozes" traz a Porto Alegre arroz cateto, aromático, agulhão, preto, vermelho e moti. 

Hoje guardião de sementes, Seu Juarez começou praticando a agricultura convencional, até perceber que estava contribuindo para o empobrecimento da biodiversidade, além de perder pontos na própria saúde. – Quando o agricultor escolhe o que plantar, ele escolhe o que acha que há de melhor, afirma. Seu Juarez defende as “suaves misturas” que a natureza provoca, inclusive entre os 19 tipos de arroz que hoje cultiva, sem nunca ter se preocupado em purificá-los. Para ele, a sociedade, violentada pelo imperativo econômico da Revolução Verde, desconhece a variedade existente de alimentos. Conceito que a ativista ambiental indiana e doutora em física Vandana Shiva ampliaria, criando o entendimento do que chama de “monoculturas da mente”. 

 Certamente essa tendência de monocultura leva a um posicionamento centrador, que bloqueia o avanço de um conhecimento maior sobre tipos de alimentos ainda desconhecidos. Esse comportamento que a visão positiva traz a qualquer conhecimento do mundo exclui possibilidades outras, ou seja, para "fora do caminho" pragmático da eficiência, que não sirvam para aplicação na lógica mecânica do sistema financeiro. Seu Juarez adiciona: quando leva seu arroz para a Feira, o pagamento ainda é outro. O amor e a gratidão do “cidadão urbano” (termo que preferiu em vez de "consumidor”) para com aquele que produziu o alimento de forma harmoniosa volta através das mãos do agricultor. - Esse amor que eu recebo na rua eu planto junto, eu levo para a terra." Extraído do texto "A importância das mãos " de Anelise de Carli A feira acontece aos sábados, das 7h às 13h, na rua José Bonifácio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Para vencer o império, enquanto é tempo.


 João Pedro Stedile, líder do MST é entrevistado por Heródoto Barbeiro, no Brasil em Discussão. Em 17 de junho de 2012.
"Eu apoio o MST: Benicio del Toro" - Veja vídeo da visita do ator porto-riquenho Benício Del Toro à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do MST, em Guararema. O Futebol e o MST - João Pedro Stedile 
Depoimento de João Pedro Stedile, integrante da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), sobre o papel do futebol na vida das famílias do movimento. Trecho de reportagem especial do programa "Histórias do Futebol", da ESPN Brasil.
Wagner Moura declara apoio ao MST -

Um índio chamado Galdino



A chegada dos navegadores europeus ao Novo Mundo foi marco de mudança crucial. Mudança principalmente para aqueles que aqui, nessas terras americanas, se encontravam. Aquela carta de Pero Vaz de Caminha relata o encontro entre os dois mundos com olhos europeus e desejos de mercador. Os habitantes da terra nova, com água em abundância e beleza extenuante, são vistos como futuros cristãos, solo e almas férteis para a expansão do império católico.

O que se viu, testemunhado pelo tempo, foi o massacre, a derrocada de nações autóctones, o extermínio, o saque. À cruz fincada no chão sucedeu a espada fincada no ventre. Ao latim da primeira missa sucedeu a língua portuguesa engolida tal qual uma pedra de fogo, cordas vocais abaixo. 
Sobre suas lendas e mitos, foram derramadas as histórias de cavalaria e os resquícios romanos e gregos. Fundava-se, sobre a beleza da cultura oral, os alicerces do seu próprio sepulcro.

A flecha tombou cansada, adormeceu na calçada, perdendo o último ônibus da história. O caso do índio Galdino Jesus dos Santos, incendiado por adolescentes em Brasília, capital federal da república brasileira, em abril de 1997, é o ápice indicador do genocídio. 

O seu nome, o nome do índio, é o atestado final da desgraça: um sobrenome adquirido dos sem família. Um índio chamado Galdino. Um índio chamado Jesus. Dos Santos. De hoje, Dia Nacional do Índio, para amanhã, completam-se 15 anos desse assassinato, iniciado em 1500.
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