sábado, 7 de julho de 2012

Quilombo - De Carlos Diegues - Filme completo -

Filmado em 1984 Quilombo retrata como era a vida no Quilombo de Palmares numa época cercada de dificuldades devido ao enfrentamento da opressão portuguesa. O filme mostra a luta dos quilombos pela dignidade da liberdade e igualdade contra o sistema europeu que impunha a escravidão para milhares de africanos seqüestrados para trabalharem nas plantações de cana - de - açúcar.
 Historicamente se sabe que o Quilombo dos Palmares existiu entre 1630 a 1895 na serra da barriga, no atual Estado de Alagoas, e possuiu milhares de africanos e negros nascidos do Brasil que haviam sido escravizados em diversas fazendas. Os palmarinos souberam tirar proveito da luta dos portugueses e holandeses, entre 1621 e 1654, pelo controle de terras brasileiras e aumentaram em muito sua organização criando uma sociedade à parte. Após a expulsão e hegemonia dos portugueses das terras do extremo norte colonial partiu-se para a destruição do maior perigo a empresa açucareira, os quilombos.

Palmares por ter mais de 20 mil palmarinos e diversos povoados se tornou o principal alvo das forças militares dos bandeirantes portugueses e sua sede de sangue e desejo de matança.
O filme tem a preocupação de mostrar os três últimos "governos" de Palmares: Acotirene, Ganga Zumba e Zumbi. O elenco atua de forma magnífica, pois consegue passar muita seriedade ao expor esse lado da história do Brasil.

Passados mais de vinte anos este é uma obra essencial para a filmoteca dos militantes e entidades. Divirtam-se, debatam, reflitam, atualizem-se, debatam de novo e vamos pra luta pela mudança. 

Enviado para o Youtube por

http://www.youtube.com/user/BesouroPreto

http://aruandacapoeira.blogspot.com/

terça-feira, 3 de julho de 2012

A lenda do Anhangá, o espírito que protege a natureza.

 
A Lenda do Anhangá é um espírito que vive na floresta e que pode tomar a forma do que quiser. Além de boi, peixe, pessoa ou macaco, o mais comum é sua aparição na forma de um veado branco com olhos de fogo.

Os registros de sua presença aparecem em cartas de José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim no século XVI. Seus relatos tratam Anhangá como um espírito mau, temido pelos povos indígenas. Outros relatos, como o do alemão Hans Staden, comentam do medo dos indígenas ao sair à noite:

"Os indígenas não gostam de sair das cabanas sem luz, tanto medo têm do Diabo, a quem chamam Ingange, o qual freqüentemente lhes aparece."

Para os povos indígenas, Anhangá é considerado o deus da caça e do campo. Ele protege os animais contra caçadores. Algumas lendas contam que caçadores faziam tratos com Anhangá, pedindo ajuda na caça em troca de tabaco.

Já para os jesuítas que chegaram aqui no Brasil, Anhangá era considerada uma figura maligna, comparado demônio da teologia cristã.

Anhangá é muito citado na obra As Aventuras de Tibicurea, de Érico Veríssimo:

"Aos cinco anos fiz minha primeira caçada de tucanos. Mas não me meti fundo no mato, porque tinha medo de encontrar Anhangá, Curupira e os outros espíritos maus."

"O mato todo riu com ele. Riu de mim. Depois o diabo virou três cambalhotas no ar e começou a dançar com toda a velocidade em meu redor. Senti que meus olhos escureciam. Eu mal e mal ouvia a voz de Anhangá, berrando:- Ninguém pode comigo! Ninguém me vence, nem Tupã!"

Foi dessa figura mitológica que surgiu o nome "rio Anhangabaú" para um ribeirão que corta o estado de São Paulo.

Inicialmente conhecido como Rio das Almas, o rio Anhangabaú era muito temido pelos indígenas da região. Os índios acreditavam que suas águas traziam doenças ao corpo e ao espírito. Essa crença leva a suspeita de que suas águas não eram potáveis.

Teodoro Sampaio, historiador brasileiro, escreveu em uma de suas publicações que o rio era considerado pelos índios como "debedouro das assombrações".
                                           O vale do Anhangabau em São Paulo
Dizem que você pode ver um Anhangá se andar pela Floresta Amazônica em noite de lua cheia, se você passar por algum lugar mal-assombrado.

A lenda do Anhangá permanece viva até hoje e deve ser mantida para que as futuras gerações conheçam um pouco mais sobre as histórias do nosso país pré-colonização.

Fonte: http://lendasdobrasil.blogspot.com.br