quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ritual com Ayuaska ao som do mantra "Om mane padme hum" e Depoimento de Caetano Veloso

Xamã Gideon dos Lakotas
Caetano Veloso falando de sua experiência com ayahuasca

Xamã Gideon dos Lakotas - Palestra na Câmara dos Deputados em Brasília. 

Ayahuasca - Santo Daime  - Tabu Brasil - National Geographic.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

XINGU - BRASIL...E a mão do homem branco.

Como vivem os índios brasileiros. Seus hábitos, costumes e rituais. Entenda a polêmica construção de uma usina hidrelétrica prevista para a área, que já gerou protesto e até seqüestros de engenheiros pelos índios.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

ESPLENDOR TROPICAL - A magia luxuriante dos Andes Peruanos. Com a trilha de Abraxas (Carlos Santana.)

Os tesouros escondidos dos Andes...

A lenda de KAY PACHA

Contam os sábios andinos que Wiraccocha resolveu criar um casal de irmãos para civilizar o mundo e organizar os homens. Assim, Manco Capac e Mama Ocllo nasceram da espuma do Lago Titicaca, portando um cetro de ouro (um raio de luz do Sol). Eles deviam andar até o lugar em que esse cetro ficasse perfeitamente em pé sobre a terra e, depois, se fundisse com o terreno até desaparecer. Ali deveriam construir uma cidade, que seria o começo de um grande povo. E, então, Manco Capac e Mama Ocllo fundaram QOSQO – o Umbigo do Mundo.  

Para começar a organização, Manco Capac determinou que seus acompanhantes deveriam ocupar a parte alta do vale, e chamou aquela área de HANAN QOSQO (Alto Cuzco). Mama Ocllo, por sua vez, mandou que os seus acompanhantes ocupassem a parte baixa do vale, e chamou de HURIN QOSQO (Baixo Cuzco). No ponto em que Hanan Qosqo e Hurin Qosqo se encontravam, eles ergueram HAUKAYPATA - a praça central de Cuzco, onde aconteciam todas as festas, festivais e rituais; o coração da nova cidade. Foi essa organização que originou o conceito de YANANTIN: a dualidade ontológica de todas as coisas e a complementaridade das duas partes, de forma que uma não existe sem a outra. A partir de então, tudo que existem passo a ter um hanan e um hurin.

Javier Lajo, sociólogo peruano, considera essa visão a principal diferença entre os povos andinos e a civilização ocidental. Enquanto, segundo ele, “o conceito primário da estrutura do pensamento ocidental – dos neoplatônicos a Marx – é a concepção de uma unidade criadora, do ‘unitarismo’ ou de um ‘criador’ de tudo a partir de uma origem única – seja ele a matéria, o espírito, a idéia, Deus, etc. – formando um sistema impar ou unitário, onde a unidade cria sua medida e mede com ela todas as suas emanações, com a finalidade de apropriar-se delas ou reincorporá-las, o sistema dual ou binário andino oferece duas medidas; nesse caso, a única solução de relação que temos é a proporcionalidade entre elas”. Entendendo como “proporcionalidade” os deveres sociais de reciprocidade. “Esta é a base, a viga mestra do sistema de pensamento e a sabedoria fundamental da cultura andina: a dualidade que se complementa e se proporciona em um DUOVERSO, paralelo e combinado”.

A dualidade de tudo está refletida também na noção dos três mundos: UKU PACHA, KAY PACHA e HANAN PACHA. Pacha é um termo quéchua que significa “totalidade espácio-temporal, cosmo, realidade”. UKU PACHA é, assim a totalidade de baixo, o cosmo interior, subterrâneo, a água, a terra; a ancestralidade, a herança e, nesse sentido, o passado, aquilo que nos sustenta, o chão. HANAN PACHA, por sua vez, é um outro universo: a totalidade de cima, o céu, a serra, o sol, o que nos dá a vida, os objetivos, os sonhos e projetos e, nesse sentido, aproxima-se daquilo que chamamos de futuro. No ponto de encontro entre esses dois universos, entre passado e futuro, entre ancestralidade e projetos, entre o antigo e o novo, está KAY PACHA – o mundo do aqui e agora, o presente. A realidade objetiva, visível e atual é, portanto, o resultado de encontro daquelas duas forças poderosas, dos DOIS UNIVERSOS (pacha).

Essas forças são representadas em todos os lugares pelos templos quadrados na parte alta das cidades (Hanan), ligados a Hanan Pacha e dedicados ao PACHATATA (Pai Cósmico), e nos templos circulares, na parte baixa, ligados a Uku Pacha e dedicados à PACHAMAMA (Mãe Cósmica). Juntos, eles representam ILLAWI – o par perfeito, o casal primordial, os irmãos divinos (Manco Capac e Mama Ocllo) que atuam juntos, em cooperação e reciprocidade, ajustando-se constantemente um ao outro, produzindo a realidade atual. Essa realidade é, então, a HAUKAYPATA CÓSMICA: uma ponte (chakana), uma porta (punku) e um ponto de encontro entre os dois universos; o trânsito cognoscível entre os mundos. É onde o Pachatata e a Pachamama se dão as mãos para caminharem juntos. Kay Pacha nos “recorda” o Uku Pacha de onde viemos, mas também “vê” o Hanan Pacha para onde vamos. E daí surge a noção de “tempo” para os andinos: WIÑAY – a realidade é eterna! É um pertétuo oscilar entre a concentração máxima (Uku Pacha) e a expansão máxima (Hanan Pacha).

A virtude de Uku Pacha é o MUNAY – o Amor – e a virtude de Hanan Pacha é o YACHAY – a Sabedoria. E isso faz de Kay Pacha – a realidade – um misto entre sentir e saber, emoção e razão e, portanto, o mundo de LLANKAY : o trabalho construtivo, realizado com amor e sabedoria.

Kay Pacha é o caminhar entre esses dois mundos. Por isso seu símbolo é o QUAPAQ NAN – o caminho dos sábios, aprendendo e praticando a proporcionalidade entre tudo que existe. A nossa realidade é, portanto, a esfera da reciprocidade, do cuidado mútuo, do respeito a todas as diferenças, do aprender e do ensinar, do diálogo e da partilha.


( Fontehttp://hernehunter.multiply.com/  )

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

MANIFESTO - Em defesa dos Guarani-Kaiowá.


"A concepção de poder público foi privatizada pelos interesses econômicos. E nesse sentido, não há espaço para a cultura, principalmente para cultura indígena", afirmou Marcelo Freixo em defesa dos Guarani-Kaiowá (MS) e do Museu do Índio (RJ), no plenário da Alerj. 
Para assinar petição (veja modelo abaixo) acesse o link: 

Por que isto é importante
Leia, abaixo, carta de socorro da comunidade Guarani-Kaiowá. Os índios da etnia Guarani-Kaiowá estão correndo sério risco de GENOCÍDIO, com total omissão da mídia local e nacional e permissão do governo. Se você tem consciência de que este sangue não pode ser derramado, assine esta petição. Exija conosco cobertura da mídia sobre o caso e ação urgente do governo DILMA e do governador ANDRÉ PUCCINELLI, para que impeçam tais matanças e junto com elas a extinção desse povo. CARTA:

"Nós (50 homens, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/despejo expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, em 29/09/2012.


Recebemos esta informação de que nós comunidades, logo seremos atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal de Navirai-MS. Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver na margem de um rio e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay.


Assim, entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio/extermínio histórico de povo indígena/nativo/autóctone do MS/Brasil, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça Brasileira.


A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas?? Para qual Justiça do Brasil?? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados 50 metros de rio Hovy onde já ocorreram 4 mortos, sendo 2 morreram por meio de suicídio, 2 morte em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas. Moramos na margem deste rio Hovy há mais de um (01) ano, estamos sem assistência nenhuma, isolada, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia-a-dia para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay.


De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser morto e enterrado junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais.


Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal, Assim, é para decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrar-nos todos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem morto e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo de modo acelerado. Sabemos que seremos expulsas daqui da margem do rio pela justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.''


Via Miguel Maron


Via Marina Soucasaux Mende

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Demonizações Evangélicas. Em nome de Jesus!!!

Neste vídeo são apresentadas técnicas de hipnose usadas pelos pastores protestantes durante os cultos. O Professor Carreiro*, profissional em hipnose mostra como se realiza estas técnicas em uma palestra para universitários, em Salvador - Bahia- (vídeos em sequência).    

*Antonio Carreiro, é Mestre e Doutor em Ciências pela UFBA, Professor da UCSal, autor dos livros: Antropologia e Espiritualidade: Hipnose, Vegetais Enteógenos, Rituais de Cura e Religiões Ayahuasqueiras (2011) Saúde Coletiva e Hipnose: Transe, Êxtase e Cura (2009) Comunicação e Hipnose (2010) Hipnose e psicoterapia: Etiologia e Práxis (2008) - Fenômenos Hipnóticos (1997). 

Cai cai, peão...O "Domingo Espetacular" denuncia pentecostais e causa polêmica.(Vídeos em sequência). 



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Ciência da Alimentação - Ácido ou Básico? Eis a Questão: Como equilibrar o tal pH do corpo.

Alimentos: são eles alcalinizantes ou acidificantes?
Note que a tendência de um alimento para gerar acidez ou alcalinidade do corpo não tem nada a ver com o real pH da comida em si mesma. Por exemplo, limões são bastante ácidos, entretanto os produtos-finais dos mesmos após a diges tão e assimilação são bastante alcalinos, portanto limões geram alcali - nidade no corpo. Da mesma maneira, a carne pos- sui um pH alcalino antes da digestão mas deixa resíduos ácidos no corpo, como quase todos os produtos de origem animal, a carne é classificada como acidificante.

É importante que sua ingestão diária de alimentos aja de maneira a equilibrar naturalmente o pH do corpo. Para manter a saúde, a dieta deve consistir de pelo menos 60% de alimentos alcalinizantes  e de no máximo 40% de alimentos acidificantes. Para reconstituir a saúde, a dieta deveria consistir de  80% de alimentos alcalinizantes e 20% de alimentos acidificantes. 

NT...Acrescentamos alguns termos e explicações entre parênteses na tabela acima, para facilitar a compreensão. Explicamos no ítem "óleo de canóla", que esta é uma variedade de colza desenvolvida no Canadá. Ultimamente o alarde dos benefícios da Canóla foi desmentido bem como as muitas desvantagens desse óleo. Posteriormente foi criada a canóla transgênica pela monstruosa empresa Monsanto. Óleo de Canóla nao era uma boa opção e agora muito pior. 
 CATEGORIA DO ALIMENTO
Muito Alcalino
Alcalino
Pouco Alcalino
Pouco Acido
Acido
Muito Acido
FEIJOES,  VEGETAIS, LEGUMES
Asparago, cebola, Sucos de vegetais, salsa, espinafre cru, Brocole, Alho, capim de cevada
quiabo, abóbora, feijão verde (favas), Beterraba, salsão, alface,abobrinha, batata doce, alfarroba
Cenoura, Tomate, milho verde, cogumelo, repolho, ervilha, Couve-flor, nabo,  casca de batata, azeitona
Espinafre cozido, alguns tipos de feijões
Batata (sem casca), Feijões (varios tipos)

FRUTA
Limão, Melancia, Lima, Grapefruit, Manga, mamão
Tâmara, Figo, Melão,Uva, Mamão, Kiwi, Amoras, Maca, Pera, Uva passa
Laranja, Banana, Cereja, Abacaxi, Pêssego, Abacate
Ameixa, Suco de fruta processado
Cereja azeda, Ruibarbo, fruta enlatada
Blueberries, Cranberries, Ameixa seca, Suco de Fruta Adoçado
GRAOS, CEREAIS
   
   
Amaranto, Milheto, Lentilha, milho doce, Quinoa
Pão de centeio, Trigo germinado Pão de trigo, Spelt (Triticum spelta, Dinkel em alemão),  Arroz integral
Arroz branco, Milho, Trigo sarraceno, Aveia, Centeio
Trigo, Pão branco, Massas assadas,biscoitos(espagueti, macarrão, pizza, etc)
CARNES
   
   
   
Fígado, Ostras, Peixes
Peru, Galinha, Carneiro
Carne de vaca, Carne de porco, Mariscos
OVOS E LATICINIOS
   
Leite materno
 Queijo e leite de soja, Queijo e leite de cabra, ricota
Ovo, Manteiga, Iogurte, Queijo fresco, Creme de leite
Leite cru
Queijo, Leite homogeneizado, Sorvete, Pudim
NOZES E SEMENTES
   
Amendoas
Castanha portuguesa, Castanha do Pará, Avelans, Coco
Sementes de  abóbora, gergelim e de girassol
Noz pecan, castanha de caju, Pistache
Amendoim, Noz de natal (Juglans)
ÓLEOS
Óleo de oliva
Óleo de linhaca comestível 
Óleo de Canola (Canola é uma variedade de Colza criada no Canadá)
* Ver Nota abaixo
Óleo de miulho, Óleo de girassol, Margarina, Toucinho
   
   
BEVERAGES
Chás de ervas, Água com limão
Chá verde
Chá de gengibre
Chá, Cacau
Café, Vinho
Cerveja, Bebidas alcoólicas, Refrigerantes
ADOÇANTES,  CONDIMENTOS
Estévia
Melaço de bordo (Maple Syrup), melaço de arroz
Mel in natura (centrifugado a frio), Rapadura
Mel processado 
Açúcar branco,  Açúcar mascavo, Melaços, Geleias, Maionese, Mostarda, Vinagre
Adoçante artificial, Chocolate

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

TERRA VIVA - Feira Virtual de Alimentos Saudáveis - Em Belo Horizonte - Ofertas para o dia 04 de Setembro.



Hortaliças fresquinhas, pães, temperos, chazinho, mel... É mais uma feira virtual da Rede Terra Viva!
Feira Virtual de Alimentos Saudáveis é uma forma simples de conectar os consumidores aos produtores via internet. Veja as ofertas da semana, marque a quantidade de produtos que deseja e envie a planilha com seu pedido para o e-mail: 
Teremos a alegria de organizar sua cesta de alimentos sem agrotóxicos, oriundos da agricultura familiar e urbana. Tudo isso por meio da economia solidária.
Os produtores recebem telefonemas e nos informam o que há disponível em suas hortas, pomares e cozinhas. Os colaboradores organizam a planilha de ofertas (anexada). Você, consumidor, precisa apenas preencher a planilha e receber os produtos na sua casa (moto-entrega à parte). Você tem também a opção de buscar sua cesta no Espaço Santê, localizado na Rua Mármore, 258, Santa Tereza

Próximas entregas: dia 4 de setembro, terça-feira, à partir das 14h.
Os pedidos devem ser enviados até às 9h do dia 3 de setembro, segunda-feira.


Desde já agradecemos sua participação.
Forte Abraço,
Núcleo de Colaboradores

Você sabe de onde vêm seus alimentos? Sobre a feira ecológica de Porto Alegre. Na praça desde 1989

"Todos os sábados, junto aos primeiros feixes de luz do vagaroso Sol, chegam à Avenida José Bonifácio dezenas de gentes de mãos sujas. São de uma cor e de um cheiro de terra que vêm de diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Elas puxam cordas, esticam lonas, montam estacas de ferro ou madeira e empilham caixas coloridas. Aqui, uma vez por semana, encontram-se com outras mãos, sem calos e fedendo a sabonete, trazendo o alimento mais limpo no qual já puderam tocar.

‎ Há 22 anos, a Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) de Porto Alegre preenche o canteiro central na pequena rua em frente ao Parque Farroupilha. Na famosa Rua do Brique, Rua do Colégio Militar, Rua da Redenção, as manhãs de sábado recebem desconhecidas beldroegas, ora-pró-nóbis, kinos, juçaras, araçás e tantas outras. Além de milhares de outros alimentos distribuídos em 41 bancas permanentes e oriundos de uma produção livre de agrotóxicos e insumos químicos. ... Porto Alegre, em 16 de outubro de 1989, foi a primeira cidade brasileira a realizar uma feira ecológica após o boom da Revolução Verde nos anos 1970. A iniciativa foi da Cooperativa Coolmeia, marcando o Dia Mundial da Alimentação. 

José Lutzenberger, Sebastião Pinheiro, Jacques Saldanha, Nélson Diehl, Glaci Campos Alves e outros nomes estão entre os fundadores da Feira. Hoje, 149 famílias divulgam sua prática agroecológica e, mais do que isso, o trabalho coletivo da Associação dos Agricultores Ecologistas Solidários do RS, temas tão caros ao pensamento acerca da biodiversidade. A variedade dos alimentos oferecidos para os frequentadores da Feira supreende: quantas vezes pensamos nas outras possibilidades de arroz para além do branco e do integral? O agricultor da Associação Biodinâmica do Sul, Juarez Felipi Pereira, 55 anos, assusta. O "Seu Juarez dos arrozes" traz a Porto Alegre arroz cateto, aromático, agulhão, preto, vermelho e moti. 

Hoje guardião de sementes, Seu Juarez começou praticando a agricultura convencional, até perceber que estava contribuindo para o empobrecimento da biodiversidade, além de perder pontos na própria saúde. – Quando o agricultor escolhe o que plantar, ele escolhe o que acha que há de melhor, afirma. Seu Juarez defende as “suaves misturas” que a natureza provoca, inclusive entre os 19 tipos de arroz que hoje cultiva, sem nunca ter se preocupado em purificá-los. Para ele, a sociedade, violentada pelo imperativo econômico da Revolução Verde, desconhece a variedade existente de alimentos. Conceito que a ativista ambiental indiana e doutora em física Vandana Shiva ampliaria, criando o entendimento do que chama de “monoculturas da mente”. 

 Certamente essa tendência de monocultura leva a um posicionamento centrador, que bloqueia o avanço de um conhecimento maior sobre tipos de alimentos ainda desconhecidos. Esse comportamento que a visão positiva traz a qualquer conhecimento do mundo exclui possibilidades outras, ou seja, para "fora do caminho" pragmático da eficiência, que não sirvam para aplicação na lógica mecânica do sistema financeiro. Seu Juarez adiciona: quando leva seu arroz para a Feira, o pagamento ainda é outro. O amor e a gratidão do “cidadão urbano” (termo que preferiu em vez de "consumidor”) para com aquele que produziu o alimento de forma harmoniosa volta através das mãos do agricultor. - Esse amor que eu recebo na rua eu planto junto, eu levo para a terra." Extraído do texto "A importância das mãos " de Anelise de Carli A feira acontece aos sábados, das 7h às 13h, na rua José Bonifácio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Para vencer o império, enquanto é tempo.


 João Pedro Stedile, líder do MST é entrevistado por Heródoto Barbeiro, no Brasil em Discussão. Em 17 de junho de 2012.
"Eu apoio o MST: Benicio del Toro" - Veja vídeo da visita do ator porto-riquenho Benício Del Toro à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do MST, em Guararema. O Futebol e o MST - João Pedro Stedile 
Depoimento de João Pedro Stedile, integrante da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), sobre o papel do futebol na vida das famílias do movimento. Trecho de reportagem especial do programa "Histórias do Futebol", da ESPN Brasil.
Wagner Moura declara apoio ao MST -

Um índio chamado Galdino



A chegada dos navegadores europeus ao Novo Mundo foi marco de mudança crucial. Mudança principalmente para aqueles que aqui, nessas terras americanas, se encontravam. Aquela carta de Pero Vaz de Caminha relata o encontro entre os dois mundos com olhos europeus e desejos de mercador. Os habitantes da terra nova, com água em abundância e beleza extenuante, são vistos como futuros cristãos, solo e almas férteis para a expansão do império católico.

O que se viu, testemunhado pelo tempo, foi o massacre, a derrocada de nações autóctones, o extermínio, o saque. À cruz fincada no chão sucedeu a espada fincada no ventre. Ao latim da primeira missa sucedeu a língua portuguesa engolida tal qual uma pedra de fogo, cordas vocais abaixo. 
Sobre suas lendas e mitos, foram derramadas as histórias de cavalaria e os resquícios romanos e gregos. Fundava-se, sobre a beleza da cultura oral, os alicerces do seu próprio sepulcro.

A flecha tombou cansada, adormeceu na calçada, perdendo o último ônibus da história. O caso do índio Galdino Jesus dos Santos, incendiado por adolescentes em Brasília, capital federal da república brasileira, em abril de 1997, é o ápice indicador do genocídio. 

O seu nome, o nome do índio, é o atestado final da desgraça: um sobrenome adquirido dos sem família. Um índio chamado Galdino. Um índio chamado Jesus. Dos Santos. De hoje, Dia Nacional do Índio, para amanhã, completam-se 15 anos desse assassinato, iniciado em 1500.
 —

sábado, 7 de julho de 2012

Quilombo - De Carlos Diegues - Filme completo -

Filmado em 1984 Quilombo retrata como era a vida no Quilombo de Palmares numa época cercada de dificuldades devido ao enfrentamento da opressão portuguesa. O filme mostra a luta dos quilombos pela dignidade da liberdade e igualdade contra o sistema europeu que impunha a escravidão para milhares de africanos seqüestrados para trabalharem nas plantações de cana - de - açúcar.
 Historicamente se sabe que o Quilombo dos Palmares existiu entre 1630 a 1895 na serra da barriga, no atual Estado de Alagoas, e possuiu milhares de africanos e negros nascidos do Brasil que haviam sido escravizados em diversas fazendas. Os palmarinos souberam tirar proveito da luta dos portugueses e holandeses, entre 1621 e 1654, pelo controle de terras brasileiras e aumentaram em muito sua organização criando uma sociedade à parte. Após a expulsão e hegemonia dos portugueses das terras do extremo norte colonial partiu-se para a destruição do maior perigo a empresa açucareira, os quilombos.

Palmares por ter mais de 20 mil palmarinos e diversos povoados se tornou o principal alvo das forças militares dos bandeirantes portugueses e sua sede de sangue e desejo de matança.
O filme tem a preocupação de mostrar os três últimos "governos" de Palmares: Acotirene, Ganga Zumba e Zumbi. O elenco atua de forma magnífica, pois consegue passar muita seriedade ao expor esse lado da história do Brasil.

Passados mais de vinte anos este é uma obra essencial para a filmoteca dos militantes e entidades. Divirtam-se, debatam, reflitam, atualizem-se, debatam de novo e vamos pra luta pela mudança. 

Enviado para o Youtube por

http://www.youtube.com/user/BesouroPreto

http://aruandacapoeira.blogspot.com/

terça-feira, 3 de julho de 2012

A lenda do Anhangá, o espírito que protege a natureza.

 
A Lenda do Anhangá é um espírito que vive na floresta e que pode tomar a forma do que quiser. Além de boi, peixe, pessoa ou macaco, o mais comum é sua aparição na forma de um veado branco com olhos de fogo.

Os registros de sua presença aparecem em cartas de José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim no século XVI. Seus relatos tratam Anhangá como um espírito mau, temido pelos povos indígenas. Outros relatos, como o do alemão Hans Staden, comentam do medo dos indígenas ao sair à noite:

"Os indígenas não gostam de sair das cabanas sem luz, tanto medo têm do Diabo, a quem chamam Ingange, o qual freqüentemente lhes aparece."

Para os povos indígenas, Anhangá é considerado o deus da caça e do campo. Ele protege os animais contra caçadores. Algumas lendas contam que caçadores faziam tratos com Anhangá, pedindo ajuda na caça em troca de tabaco.

Já para os jesuítas que chegaram aqui no Brasil, Anhangá era considerada uma figura maligna, comparado demônio da teologia cristã.

Anhangá é muito citado na obra As Aventuras de Tibicurea, de Érico Veríssimo:

"Aos cinco anos fiz minha primeira caçada de tucanos. Mas não me meti fundo no mato, porque tinha medo de encontrar Anhangá, Curupira e os outros espíritos maus."

"O mato todo riu com ele. Riu de mim. Depois o diabo virou três cambalhotas no ar e começou a dançar com toda a velocidade em meu redor. Senti que meus olhos escureciam. Eu mal e mal ouvia a voz de Anhangá, berrando:- Ninguém pode comigo! Ninguém me vence, nem Tupã!"

Foi dessa figura mitológica que surgiu o nome "rio Anhangabaú" para um ribeirão que corta o estado de São Paulo.

Inicialmente conhecido como Rio das Almas, o rio Anhangabaú era muito temido pelos indígenas da região. Os índios acreditavam que suas águas traziam doenças ao corpo e ao espírito. Essa crença leva a suspeita de que suas águas não eram potáveis.

Teodoro Sampaio, historiador brasileiro, escreveu em uma de suas publicações que o rio era considerado pelos índios como "debedouro das assombrações".
                                           O vale do Anhangabau em São Paulo
Dizem que você pode ver um Anhangá se andar pela Floresta Amazônica em noite de lua cheia, se você passar por algum lugar mal-assombrado.

A lenda do Anhangá permanece viva até hoje e deve ser mantida para que as futuras gerações conheçam um pouco mais sobre as histórias do nosso país pré-colonização.

Fonte: http://lendasdobrasil.blogspot.com.br

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Onde Fluem as Águas doces do Brasil" - A Cura de Alma de Kaká Werá - oficinas de cura Pahí. Part I e ll

Kaká Werá Jecupé é um escritor, ambientalista e conferencista brasileiro de origem indígena caiapó, do grupo dos txucarramães. É fundador do Instituto Arapoty, empreendedor social da rede Ashoka de Empreendedores Sociais. Leciona, desde 1998, na Universidade da Paz (Unipaz) e na Fundação Peirópolis
 Já fez conferências sobre respeito à diversidade cultural no Reino Unido, Estados Unidos, Israel, Índia, México e França.

 A Filosofia da Floresta - (no TED x MataAtlântica)
Mais informações: http://kakawera.blogspot.com.br/2012/06/indios-na-rio-20.html

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Cúpula dos Povos - A opinião de Marcos Terena -Povos indígenas: elementos chaves na Rio+20 e Video Planeta Humano 3 - A vida na floresta (Parte 1)

Meio Ambiente - Marcos Terena articulador dos povos indígenas fala sobre a Rio + 20

quinta-feira, 14 junho, 2012 
Os povos indígenas e suas organizações iniciaram hoje (14/6) suas atividades na Rio+20. O Grupo Principal de Povos Indígenas leu um texto no qual reivindica o Bem Viver e os Direitos da Mãe Terra, propõe a inclusão da cultura como quarto pilar do desenvolvimento sustentável e demanda o respeito aos direitos humanos e coletivos, em particular a livre determinação e o consentimento prévio, livre e informado em relação a qualquer interferência em seus territórios. O texto também propõe o reconhecimento de todas as diversas economias, a regulação das atividades extrativas e que as empresas dedicadas a estas prestem contas pelos danos ambientais, sociais e económicos que têm causado. Leia o texto: Os povos indígenas: elementos-chaves na conferência Rio+20 Honra aos nossos povos, honra à nossa Mãe.
Os povos indígenas de todo mundo temos uma conexão especial com nossas terras e recursos, produto da longa relação com nossos territórios. Dentro desta sala, todos temos a obrigação moral e legal de assegurar que as futuras gerações tenham um acesso aos recursos necessários para assegurar sua sobrevivência e bem-estar em longo prazo. 


Devemos respeitar os direitos da Mãe Terra, e proteger o tecido da vida, que nos sustenta a todos. Devemos criar as necessárias mudanças políticas e o entendimento cultural para fazer frente a uma mudança sistémica a nível global. Neste sentido, os povos indígenas propomos o paradigma alternativo do Bom Viver, que significa o pleno exercício dos direitos humanos, respeitando a diversidade de todos os modos de vida, bem como viver em harmonia com a natureza. Os povos indígenas queremos a inclusão de um pilar cultural no desenvolvimento sustentável. Sacando forças de nossos valores espirituais e culturais, estamos decididos a superar as extremas divergências de poder e riqueza para evitar maiores perdas da diversidade biológica e cultural. Aprofundar as democracias e cumprir com os direitos humanos O desenvolvimento sustentável é um esforço dos governos e todos os povos, exigindo medidas audazes para consolidar a democracia em todos os âmbitos do governo e o cumprimento de todos os direitos humanos. 


A posta em prática dos direitos dos povos indígenas à livre determinação é uma garantia necessária e o resultado de um desenvolvimento equitativo e sustentável. O marco institucional para o desenvolvimento sustentável requer a participação plena e efectiva dos povos indígenas na tomada de decisões em todos os níveis. Os governos são responsáveis e devem cumprir com os tratados, acordos e convênios com relação a povos indígenas. A plena implementação da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, incluindo o respeito por nosso consentimento livre, prévio e informado é exigible para qualquer política, programa e projecto que afectam a nossas terras, territórios e recursos e nosso bem-estar. Regular as indústrias extractivas e exigir a rendição de contas das empresas É dever dos governos trabalhar com os povos indígenas para elaborar leis e regulações que incorporam o consentimento prévio, livre e informado para regular as indústrias extractivas. Requerem-se mecanismos para reconhecer os direitos dos povos indígenas a exercer a jurisdição e autoridade sobre a extracção de recursos dentro de seus territórios. 


A regulação conjunta é uma alternativa viável. Em busca do crescimento económico, os governos e as corporações entram em conflitos violentos com os povos indígenas, cujos territórios e lugares sagrados estão a ser contaminados e destruídos. São necessárias sanções legalmente vinculantes para que as empresas rendam contas por seus danos ambientais, sociais e económicos. Diversas economias locais devem ser reconhecidas e protegidas dos investimentos depredadoras que levam aos conflitos sociais.

Planeta Humano 3 - A vida na floresta (Parte 1)

Narração: Milton nascimento
 As florestas tropicais abrigam mais espécies que qualquer outro lugar do planeta, mas para os humanos bípedes, são um ambiente impiedoso. Sobreviver na selva exige uma grande compreensão dos muitos segredos da natureza. Na Amazônia, a tribo Matis embebe suas flechas com um veneno natural, atirando-as com grande precisão com suas zarabatanas. Trinta metros acima do solo, na copa das árvores, um pai Bayaka recolhe mel, cercado por abelhas africanas "assassinas", enquanto na Papua Ocidental, pessoas constroem casas incríveis no alto das árvores.